"Ele apaixonou-se. Aquela máscara branca na pele, os olhos pintados e a batata vermelha a que chamavam de "narizinho" eram incapazes de esconder o sentimento que brotava daqueles olhos com reflexos infantis.Enquanto fazia o seu número no circo só pensava nela, quando a flor de pano lhe saía da manga entre aplausos e sorrisos, a sua mente permanecia nela, tudo era para ela.Descrevia-a nas suas histórias nos aniversários para que era contratado, ela era a flor, o jasmim matinal, a princesa que andava no baloiço pendurado nas nuvens e descia no escorrega do arco-íris.Tudo era perfeito, só lhe faltava tê-la.Um dia, viu-a e sorriu, os seus sapatos de palhaço apertaram mesmo o seu tamanho sendo enorme, os seus cabelos laranjas espetaram-se que nem raios solares no ar, fechou os olhos e surgiu-lhe uma rosa no peito, junto ao bolso da camisa dos quadrados.Após breves instantes, o mundo parou. Ela tinha outro, um príncipe, um verdadeiro príncipe.Então, deduziu... não existe amor para os palhaços."
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